Parlamentar está detido desde outubro após série de denúncias de crimes sexuais; apreensão de material infantil leva caso para nova etapa
Reprodução/Redes sociais
Um vereador do PL passou a ser investigado também por pedofilia após ter sido preso por acusações de estupro e outros crimes sexuais, em caso que chocou a opinião pública e mobilizou órgãos de controle. O parlamentar foi detido em outubro, depois que ao menos seis mulheres relataram ter sido vítimas de estupro, importunação e assédio em contexto de abuso de poder e aproveitamento da condição de agente político. A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa, gabinete e escritórios, recolhendo computadores, celulares e outros objetos que agora passam por perícia.
Durante as diligências, investigadores encontraram arquivos digitais com imagens de abuso e exploração sexual infantil, além de roupas e objetos infantis considerados suspeitos. Parte do material teria sido produzida pelo próprio vereador, segundo os primeiros relatos das autoridades, o que levou à ampliação do escopo da investigação para incluir crimes de pedofilia e armazenamento de conteúdo pornográfico envolvendo menores. A situação jurídica do parlamentar se agravou, com a conversão da prisão inicial em preventiva.
As denúncias começaram a ganhar força quando uma das vítimas procurou a Delegacia de Defesa da Mulher relatando que havia sido abusada dentro do próprio gabinete, após buscar ajuda para conseguir emprego. Ela afirmou que o vereador a tocou sem consentimento, tentando forçar contato físico íntimo e valendo-se da posição de poder para constrangê-la. Depois desse depoimento, outras mulheres sentiram-se encorajadas a denunciar, permitindo à polícia identificar um padrão de comportamento.
Em operações paralelas, como a que prendeu o médico e vereador Thiago Bitencourt (PL) em Mato Grosso por estupro de vulnerável e posse de material pedófilo, a polícia também apreendeu grande quantidade de imagens e vídeos de abuso infantil. Esses casos consolidam a percepção de que há um problema recorrente envolvendo abuso sexual por agentes públicos em diferentes estados, exigindo respostas institucionais mais firmes.
A cúpula do PL, diante da repercussão, anunciou o afastamento imediato dos envolvidos e a suspensão de suas filiações, afirmando que o partido não compactua com crimes dessa natureza. Câmaras municipais abriram processos internos para apurar condutas e deliberar sobre possíveis cassações de mandato, enquanto conselhos profissionais, no caso de vereadores que também são médicos, instauraram sindicâncias próprias.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e da infância cobram respostas rápidas da Justiça e do Ministério Público, argumentando que a posição institucional dos acusados não pode servir como escudo para impunidade. Para essas entidades, o fato de as denúncias envolverem uso de estrutura pública e cargos eletivos como instrumento de coação torna os casos ainda mais graves.
As defesas dos parlamentares negam todas as acusações, alegando que as prisões seriam precipitadas e que as denúncias carecem de provas robustas. Advogados sustentam que os materiais apreendidos ainda precisam ser periciados e que não haveria comprovação de autoria ou contexto dos conteúdos encontrados. Mesmo assim, juízes têm considerado os indícios suficientes para manter a custódia enquanto as investigações avançam.
Especialistas em direito penal destacam que, se condenados por estupro de vulnerável, exploração sexual infantil e armazenamento de pornografia infantil, os vereadores podem enfrentar penas elevadas e perder definitivamente os mandatos. O desfecho dos casos tende a alimentar o debate sobre critérios de escolha de candidatos, responsabilidade dos partidos e necessidade de protocolos mais rígidos de prevenção e combate à violência sexual praticada por agentes públicos.
Fontes: PCdoB, Metrópoles, TVT News, Reddit r/brasil,
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