{ads}

6/recent/ticker-posts

Michelle Trabalha por “Projeto de Poder Pessoal”, Acusam Bolsonaristas


Ex-primeira-dama é apontada por aliados como foco de divisão no PL ao montar núcleo próprio de influência feminina
Michelle Bolsonaro (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)

Lideranças do PL e de partidos aliados intensificaram críticas à atuação de Michelle Bolsonaro, acusando a ex-primeira-dama de operar um “projeto de poder pessoal” dentro do campo bolsonarista. Segundo relatos de dirigentes, suas movimentações eleitorais teriam provocado fissuras importantes nas articulações para o Senado e para chapas proporcionais em estados estratégicos. A leitura é de que Michelle busca consolidar um núcleo próprio de influência política, parcialmente autônomo em relação aos filhos de Jair Bolsonaro.​

De acordo com essas fontes, Michelle vem priorizando candidaturas femininas consideradas de lealdade absoluta a ela para compor chapas do PL Mulher, segmento que preside. Um deputado chegou a descrevê-las como “feministas de direita”, em referência a mulheres conservadoras que combinam discurso moralista com foco em agenda de costumes e forte identificação pessoal com a ex-primeira-dama. A suspeita é de que, se eleitas, essas parlamentares reforçariam um “bloco michelista” dentro do partido.​

Nos bastidores, aliados de Flávio Bolsonaro avaliam que a atuação de Michelle amplia a disputa interna por comando do espólio político do ex-presidente, hoje preso e com liderança fragilizada. Parte da ala tradicional teme que a ex-primeira-dama passe a ser vista como herdeira natural do bolsonarismo, esvaziando a influência dos filhos e de figuras históricas do campo. Isso explicaria o tom mais duro de críticas divulgadas de forma anônima à imprensa.​

Por outro lado, apoiadores de Michelle argumentam que ela tem alto potencial de voto, grande apelo entre eleitoras evangélicas e capacidade de renovar a imagem do campo conservador junto a segmentos femininos que rejeitam figuras masculinas agressivas. Para esse grupo, fortalecer lideranças mulheres dentro do PL é estratégia legítima para ampliar bancadas e manter o campo relevante em pleitos futuros.​

Analistas políticos apontam que a disputa em torno de Michelle reflete a dificuldade do bolsonarismo em se reorganizar diante da prisão de Jair Bolsonaro e das limitações legais impostas a ele. Sem uma liderança única clara, diferentes polos tentam ocupar o espaço vago, e a ex-primeira-dama surge como uma das figuras com mais visibilidade e capacidade de mobilização.​

A atuação de Michelle na presidência do PL Mulher inclui viagens, eventos com pautas religiosas e de costumes, além de forte presença em redes sociais, onde mantém base fiel. Seus discursos combinam defesa da família tradicional, ataques à esquerda e apelos emocionais ligados à fé, o que agrada a nichos conservadores, mas também alimenta a percepção de que ela constrói capital político próprio.​

Integrantes do PL relatam preocupação com o risco de divisão em estados onde candidaturas apadrinhadas por Michelle chocam-se com nomes apoiados por caciques locais ou pelos filhos de Bolsonaro. Em alguns casos, a disputa interna já teria travado alianças e dificultado montagem de chapas competitivas, especialmente para o Senado.​

Para observadores, o embate em torno do suposto “projeto de poder pessoal” de Michelle é sintoma de um campo político que ainda não resolveu sua sucessão e tenta equilibrar interesses regionais, familiares e partidários. O rumo desse conflito interno ajudará a definir se o bolsonarismo se reorganizará em torno de uma nova liderança, se fragmentará em blocos rivais ou se buscará algum tipo de acomodação entre o “michelista” e os demais núcleos de poder.​

Fontes: Brasil 247Revista Fórumrevistaforum

Reactions

Postar um comentário

0 Comentários