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Michelle Bolsonaro ataca, mas esquece o próprio telhado de vidro

 
Michelle chama Lula de “cachaçeiro irresponsável”. Mas quem:torrava milhões no cartão corporativo em luxo, escondeu tudo sob sigilo de 100 anos, sufocou o povo com o teto de gastos, e comprava apoio com o orçamento secreto... não foi Lula. Foi Bolsonaro.
Lula põe comida no prato.
Bolsonaro e Michelle tiraram — e ainda passaram a conta para o povo


        Michelle e Bolsonaro no aeroporto de Brasília — Foto: Brenno Carvalho/ O Globo


Por Fátima Miranda



Em um encontro de mulheres em Pernambuco, Michelle Bolsonaro resolveu ressuscitar o discurso vazio que marcou a era bolsonarista. Chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “cachaçeiro irresponsável” e o acusou de “tirar comida do prato dos brasileiros”. A fala, para além de grosseira, escancara a contradição e a falta de memória da ex-primeira-dama — ou será falta de coragem para olhar para o próprio passado e o do marido?

Se há um governo que devolveu comida ao prato dos brasileiros, esse governo foi o de Lula. Foi sob sua liderança que o Bolsa Família se consolidou como o maior programa de transferência de renda da história do Brasil, tirando milhões da miséria e sendo reconhecido internacionalmente como modelo de combate à fome. Hoje, em seu terceiro mandato, Lula reergueu o programa, ampliou valores, incluiu benefícios adicionais para crianças e jovens, e recuperou a força de políticas públicas que Bolsonaro havia destruído.

Foi Lula quem relançou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), fortaleceu a agricultura familiar e retomou a valorização do salário mínimo, aumentando o poder de compra das famílias mais pobres. Foi Lula, não Bolsonaro, quem devolveu ao Brasil o mapa da soberania alimentar, depois que o governo anterior nos recolocou na vergonhosa lista da fome.

Enquanto Michelle destila ofensas, talvez devesse explicar ao país de onde vieram os presentes milionários em joias da Arábia Saudita, que foram parar em suas mãos e no colo do marido. Talvez devesse ainda comentar sobre os gastos escandalosos no cartão corporativo da Presidência, mantidos sob sigilo de 100 anos durante o governo Bolsonaro: compras de luxo, hospedagens milionárias, banquetes em resorts e despesas incompatíveis com a realidade do povo que passava fome. Dinheiro público, torrado sem pudor, enquanto brasileiros disputavam ossos em açougues para sobreviver.

E não para por aí: o governo Bolsonaro defendeu e manteve o teto de gastos, sufocando investimentos em saúde, educação e programas sociais — sempre com a desculpa da “responsabilidade fiscal”. Mas essa responsabilidade nunca valeu para o cartão corporativo, nem para os privilégios da família presidencial. O teto só serviu para o povo.

Já no Congresso, Bolsonaro alimentava o monstro do orçamento secreto: bilhões de reais distribuídos sem transparência, usados como moeda de troca política e regados a escândalos de corrupção. O dinheiro que poderia combater a fome foi parar no bolso de aliados, em tratores superfaturados e obras fantasmas.

Essa é a família que agora posa de guardiã da moral e da responsabilidade. A mesma que se beneficiou do uso indiscriminado de verbas públicas, que se sustentou com sigilos, tetos seletivos, rachadinhas e um orçamento secreto que envergonhou o país diante do mundo.

Falar em tirar comida do prato do povo é, no mínimo, cinismo vindo da família que cortou verbas da merenda escolar, desmontou políticas de combate à fome e viu a inflação corroer a mesa do trabalhador. Sob Bolsonaro, o Brasil voltou ao mapa da fome da ONU. Sob Lula, saiu dele. Os fatos estão aí: fome com Bolsonaro, comida no prato com Lula.

Michelle, que se apresenta como líder de mulheres, deveria ter empatia pelas mães que viram o gás disparar, o arroz e o feijão sumirem do orçamento e a miséria bater à porta durante o governo do marido. A mesma Michelle que agora ataca, mas nunca abriu a boca para defender os mais pobres quando Bolsonaro dizia que “não era coveiro” diante das mortes na pandemia.

Se Lula é “cachaçeiro”, como ela tenta ironizar, ao menos é o “cachaçeiro” que devolveu dignidade a milhões de brasileiros. Já a família Bolsonaro ficará para a história como a que brindou com champanhe caro, rodeada de escândalos, sigilos, tetos seletivos, orçamento secreto e joias ilegais, enquanto o povo voltava a passar fome.

A verdade é simples: Lula põe comida no prato. Bolsonaro e Michelle tiraram. E ainda cobraram a conta com cartão corporativo, orçamento secreto e o silêncio cúmplice do sigilo.


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