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BOLSONARO NUNCA FOI ALIADO DE TRUMP, FOI APENAS UM BODE EXPIATÓRIO

 
A relação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, vendida durante anos como uma aliança estratégica entre os dois líderes da direita populista, nunca passou de um jogo desigual


                                                                Imagem: WEB


Por: Fátima Miranda



Por mais que Jair Bolsonaro e seus filhos tenham tentado vender a imagem de uma “aliança histórica” com Donald Trump, a realidade é incômoda: nunca houve parceria. Houve submissão. E, no fim, Trump usou Bolsonaro como se usa um boi de piranha — jogando-o no rio para distrair, enquanto ele mesmo atravessava em segurança.

Na prática, enquanto o Brasil sofria com taxações impostas pelo governo norte-americano — em setores estratégicos como o aço e o alumínio —, Bolsonaro se calava. Preferiu posar para fotos ao lado de Trump a defender os interesses do país. O resultado foi óbvio: os Estados Unidos ganharam, o Brasil perdeu.

Trump, com seu estilo teatral, ainda encontrou em Bolsonaro uma vitrine perfeita. Cada vez que acusações e investigações avançavam contra o ex-presidente brasileiro, Trump escrevia textos inflamados em redes sociais, atacando Alexandre de Moraes e descrevendo Bolsonaro como um “líder honrado”. Mas essa defesa não passava de encenação. O verdadeiro objetivo era outro: falar com sua base interna nos EUA, reforçando a ideia de que conservadores em todo o mundo são vítimas de perseguição judicial.

Bolsonaro, nesse roteiro, não passava de figurante. E pior: figurante ridículo, que arrastava Eduardo e Michelle Bolsonaro para solenidades nas quais sequer eram notados, enquanto Trump capitalizava politicamente em cima da “amizade”.

O contraste é cruel. Trump saiu fortalecido, protegido e aplaudido pela sua base. O Brasil saiu humilhado, tratado como país irrelevante. E Bolsonaro saiu desmoralizado, reduzido ao papel de fantoche internacional — aquele que acredita ser protagonista, mas descobre, tarde demais, que era apenas peça descartável.

No saldo final, Trump protegeu sua economia, reforçou sua liderança na direita global e riu por último. Bolsonaro, que se dizia patriota, acabou como capacho. E o Brasil, que deveria ter sido defendido, foi usado como moeda de troca.

No fundo, Trump nunca foi amigo de Bolsonaro. Foi patrão. E Bolsonaro nunca foi parceiro de Trump. Foi empregado. Um empregado barato, que custou caro ao Brasil.


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