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Áudios dos celulares de Bolsonaro revelam bastidores de deboche com o Brasil e expõem Malafaia como aliado político travestido de pastor

 

O conteúdo dos celulares de Jair Bolsonaro expôs mais do que simples conversas privadas: revelou o padrão de comportamento de uma casta política e religiosa que trata o Brasil como quintal particular


                                                                   Imagem: WEB


Por: Fátima Miranda


Conversas extraídas pela PF mostram articulações de poder, desrespeito às instituições e reforçam a percepção de que Bolsonaro e seus filhos tratam o país como propriedade privada.

Os áudios recuperados dos celulares de Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal não são apenas material de prova em processos criminais. Eles são, sobretudo, um retrato cru do que se escondeu por trás dos discursos oficiais: um projeto de poder de família, sustentado em conchavos, deboche com a democracia e desprezo pelo povo brasileiro.

Nos registros, Bolsonaro e seus filhos falam de política como quem fala de negócios particulares. O Brasil, reduzido a patrimônio pessoal, aparece como trampolim para estratégias de autopreservação. Não há reverência à Constituição, nem preocupação com o impacto de suas manobras. O tom que emerge das gravações é de soberba: a convicção de que estão acima da lei e que a população seguirá como massa de manobra.

Nesse cenário, Silas Malafaia se destaca não como pastor, mas como operador político. O púlpito vira palanque, a fé vira ferramenta e o evangelho, moeda de troca. Em vez de aconselhar espiritualmente, Malafaia articula, pressiona e defende — não os valores cristãos, mas os interesses de um projeto de poder corroído. Para críticos, sua atuação é a prova viva de como setores da religião foram sequestrados por um jogo político que em nada respeita os fiéis.

Juristas apontam que o material dos celulares poderá ser usado em diferentes investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), amparado pelo mecanismo do “encontro fortuito de provas”. Ou seja, mesmo que os aparelhos tenham sido apreendidos em um inquérito específico, os conteúdos podem ampliar o cerco judicial ao ex-presidente e sua família.

Mas, para além do juridiquês, o que se ouve nesses áudios é a constatação de que Bolsonaro e seus aliados sempre trataram a República como farsa. Uma encenação na qual o povo é plateia enganada, a democracia é obstáculo e os direitos da sociedade são moeda de barganha.

Se a perícia encontrou provas de crimes, encontrou também algo ainda mais corrosivo: a demonstração explícita do desrespeito de Bolsonaro, de seus filhos e de Malafaia pelo Brasil. O país que eles dizem defender surge nos áudios não como pátria, mas como palco — e o povo, reduzido a figurante descartável.

No fim das contas, o que os celulares revelam não é apenas corrupção ou conspiração. Revelam o projeto político de uma família e de seus cúmplices: transformar o Brasil em propriedade privada, a democracia em teatro e o povo em plateia silenciosa. E isso, mais do que crime, é afronta.

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