{ads}

6/recent/ticker-posts

Sem Programas Sociais, Extrema Pobreza Seria Até Três Vezes Maior no Brasil, Apontam Estudos

 Rede de proteção evita tragédia social, sustenta queda da miséria e pressiona por manutenção de Bolsa Família e benefícios
Imagem: Reprodução

Estudos de órgãos oficiais e centros de pesquisa indicam que, sem programas sociais como Bolsa Família, BPC e benefícios emergenciais, a extrema pobreza no Brasil poderia ser até três vezes maior do que os níveis atuais. Análises de cenário contrafactual mostram que a renda de milhões de famílias cairia abaixo da linha de sobrevivência caso essas políticas fossem abruptamente retiradas, revertendo em poucos anos avanços conquistados desde 2012.​

Levantamentos divulgados pelo IBGE apontam que, em anos de crise, a presença de benefícios sociais impediu que a proporção de pessoas vivendo com renda extremamente baixa explodisse, sobretudo entre crianças, idosos e moradores de áreas rurais e periferias urbanas. Em simulações para 2020, por exemplo, o instituto estimou que, sem transferências de renda, o índice de extrema pobreza chegaria a 12,9% da população, contra uma taxa real bem inferior devido à ação do Estado.​

Relatórios recentes do governo federal reforçam que, em 2023 e 2024, a combinação de mercado de trabalho mais forte, aumento real do salário mínimo e expansão dos programas sociais levou a pobreza e extrema pobreza aos menores níveis da série histórica. Calcula-se que 8,5 a 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza em um intervalo de um ano, resultado difícil de imaginar sem a rede de proteção existente.​

Pesquisadores destacam um efeito de “círculo virtuoso”: o dinheiro transferido via programas sociais é imediatamente gasto em mercados locais, pequenos comércios e serviços de bairro, o que gera empregos, aumenta a arrecadação e ajuda a reduzir ainda mais a pobreza. Esse movimento mostra que o gasto social não é apenas despesa, mas também estímulo econômico em regiões de baixa renda.​

Apesar do quadro mais favorável, os estudos alertam que o Brasil ainda apresenta índices de pobreza e extrema pobreza superiores aos de países vizinhos como Chile e Uruguai. A comparação internacional indica que o país precisa manter e aperfeiçoar seus programas para reduzir desigualdades históricas em ritmo mais acelerado. Cortes bruscos, segundo especialistas, fariam a curva voltar a subir de forma rápida e dramática.​

Modelagens estatísticas do IBGE mostram que, em todos os anos analisados desde 2012, a incidência de pobreza e extrema pobreza seria de 2 a 3 pontos percentuais maior sem benefícios sociais. Ou seja, mesmo em períodos de crescimento, a rede de programas evitou que milhões de brasileiros caíssem abaixo da linha de renda mínima.​

Organizações da sociedade civil e entidades de combate à fome utilizam esses dados para defender a blindagem orçamentária de programas de transferência de renda e de políticas complementares como alimentação escolar, tarifa social de energia e subsídios a gás de cozinha. Para esses grupos, a experiência dos últimos anos provou que a presença desses instrumentos é decisiva para proteger a população em momentos de crise econômica ou sanitária.​

Para o governo, o desafio é combinar a manutenção da rede de proteção com políticas de inclusão produtiva, educação e geração de emprego de qualidade. A meta é que, progressivamente, menos famílias dependam exclusivamente de transferências para sobreviver, sem que isso signifique retirar o amparo de quem ainda se encontra em situação de vulnerabilidade extrema.​

Fontes: Governo do Brasil – SecomSecom – MDSAgência BrasilIBGE – Summary of Social IndicatorsBrasil de Fato, ​



Reactions

Postar um comentário

0 Comentários