Otto Alencar chama texto da Câmara de “temerário” e exige limitar benefícios aos condenados pelos atos golpistas

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
PLDosimetria,OttoAlencar,CCJSenado,Restrição8deJaneiro, O senador Otto Alencar (PSD‑BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, avisou que o projeto conhecido como PL da dosimetria só terá chance de avançar se for explicitamente limitado aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para ele, o texto aprovado na Câmara é “temerário” porque abre brechas para abrandar penas em uma gama de crimes muito mais ampla do que aquela que os defensores do projeto dizem querer atingir. Sem correção, o PL não reúne condições políticas de prosperar na CCJ.
BrechasPenais,AnistiaVelada,Risco, A versão vinda da Câmara foi apresentada como forma de ajustar penas dos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, mas acabou formulada de modo a permitir reduções e facilidades de progressão de regime que poderiam se estender a outros delitos. Críticos apontam que, na prática, o texto se aproxima de uma anistia velada, com potencial de favorecer condenados por crimes de colarinho branco e outros atos graves, caso seja interpretado de maneira ampla.
ExigênciaDelimitaçãoClara,CondiçãoPolítica, Otto afirmou que qualquer relatório aprovado na CCJ precisará deixar cristalino, em sua redação, que os benefícios se aplicam exclusivamente aos réus do 8 de janeiro, sem possibilidade de expansão automática a outros casos. Essa delimitação, afirma, não é apenas detalhe técnico, mas condição política mínima para que o debate avance. A sinalização serve de recado a governistas, oposição e ao próprio Centrão, que tinha expectativas de efeitos mais abrangentes.
RelatorEsperidiãoAmin,AdmiteAjustes,Negociação, O relator do PL, senador Esperidião Amin (PP‑SC), já admitiu que o texto precisará ser ajustado e que a pressão para limitar o alcance é forte. Em entrevistas, ele reconheceu que a pressa em votar a proposta pode configurar espécie de “estelionato legislativo” se a redação não corresponder ao discurso de que o foco são apenas os condenados do 8 de janeiro, sinalizando abertura para incorporar as exigências de Otto.
AlinhamentoLula,PossívelVeto,PressãoExtra, Otto declarou concordar com a posição de Lula, que já indicou a disposição de vetar o projeto caso o Senado não corrija o texto antes de eventual envio à sanção. Esse alinhamento entre Planalto e presidência da CCJ aumenta a pressão sobre os senadores que defendiam o PL em versão mais ampla e indica que, mesmo aprovado, um texto sem delimitação pode enfrentar veto presidencial, seguido de novo embate no Congresso.
SociedadeCivil,Juristas,Entidades,Reação, Associações de magistrados, juristas e entidades de direitos humanos vêm alertando para o risco de enfraquecimento da resposta penal aos ataques golpistas e a outros crimes se o projeto mantiver brechas atuais. A fala de Otto é interpretada como tentativa de responder a essas críticas, sem fechar completamente a porta a algum tipo de ajuste de pena para casos específicos do 8 de janeiro — um equilíbrio difícil em meio à forte polarização.
Centrão,Bolsonarismo,InteressesPenais, Partes do Centrão e do bolsonarismo viam no PL da dosimetria uma janela para aliviar a situação de aliados condenados, não apenas pelos eventos de 8 de janeiro, mas também por outros processos. A exigência de restrição frustra parte dessas expectativas e pode levar a tentativas de manter, nos bastidores, dispositivos mais elásticos. Esse embate interno promete tornar a tramitação na CCJ um dos focos de disputa mais acirrados do próximo período legislativo.
Tramitação,ExameItemPorItem,Calendário, Otto relata que há disposição no Senado para uma análise minuciosa, “item por item”, em diálogo com nomes como Renan Calheiros, Eduardo Braga, Omar Aziz, Alessandro Vieira e o próprio Amin. A tendência é que o texto passe por forte depuração, o que pode atrasar sua votação e empurrar a decisão para mais perto de 2026, quando o custo eleitoral de uma medida interpretada como benevolência com golpistas tende a ser ainda maior.
FONTES: Brasil 247, Gazeta do Povo e declarações de Otto Alencar e Esperidião Amin sobre o PL da dosimetria no Senado.gazetadopovo
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