{ads}

6/recent/ticker-posts

“A única proposta de Tarcísio é anistiar criminoso”, diz Boulos ao reagir ao plano de anistia para Bolsonaro


Deputado federal critica investida do governador enquanto Lula acompanha avanço das articulações políticas
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil


A declaração contundente de Guilherme Boulos incendiou o debate político ao afirmar que “a única proposta de Tarcísio é anistiar criminoso”, em referência ao plano articulado pelo governador paulista para limpar a ficha de Jair Bolsonaro. A fala expôs a tensão crescente entre a oposição progressista e a ala bolsonarista, que busca reabilitar o ex-presidente mesmo após sua condenação por tentativa de golpe. A disputa reacende polarizações já conhecidas no país.

Tarcísio de Freitas tem se movimentado intensamente nos bastidores para construir apoio ao projeto, que prevê anistia ampla para Bolsonaro e aliados envolvidos nos atos golpistas. A articulação é vista como tentativa de fortalecer sua posição dentro da direita e pavimentar caminho para uma eventual candidatura presidencial. No entanto, a iniciativa gerou fortes resistências dentro e fora do Congresso.

Ao reagir, Boulos afirmou que o projeto é “um tapa na cara da democracia” e que não permitirá que o país reviva práticas de impunidade para crimes de alta gravidade institucional. Segundo o deputado, a anistia seria uma agressão direta às investigações conduzidas pelo STF e às conclusões baseadas em fatos documentados. A crítica encontrou eco entre parlamentares progressistas.

Nos bastidores, interlocutores do governo Lula afirmam que o presidente acompanha atentamente o desenrolar das articulações. Lula teria demonstrado preocupação com a possibilidade de setores conservadores tentarem reescrever a narrativa sobre a tentativa de golpe. O Planalto vê a iniciativa de Tarcísio como movimento eleitoral e afirma que a democracia não pode ser relativizada por interesses pessoais.

Especialistas em direito constitucional reforçam que anistias desse tipo violam princípios básicos do Estado Democrático de Direito. Crimes contra a ordem democrática, segundo eles, possuem gravidade incompatível com soluções políticas negociadas. O tema reacende memórias da transição pós-ditadura e revive debates sobre os limites da conciliação no Brasil.

Tarcísio, por sua vez, tenta se equilibrar entre o discurso moderado para o centro e a necessidade de manter apoio da base bolsonarista. A defesa de Bolsonaro, mesmo condenado, tem sido apresentada como gesto de fidelidade ao eleitorado radical. No entanto, auxiliares próximos admitem que o movimento pode gerar rejeição em setores mais amplos do país.

A disputa promete ganhar força nos próximos meses, especialmente após a prisão de Bolsonaro e o aumento da pressão por responsabilização de envolvidos nos atos golpistas. A iniciativa do governador deve enfrentar resistência jurídica e política. A oposição progressista articula ações para impedir qualquer avanço do projeto.

A frase de Boulos resume o clima de confronto que domina a política brasileira: de um lado, a tentativa de reabilitar um líder condenado; de outro, a defesa firme da democracia e da responsabilização. A batalha em torno da anistia deve se tornar um dos temas centrais do cenário político até 2026.

Fontes:
• Brasil 247
• Folha



Reactions

Postar um comentário

0 Comentários