Thomas Shannon afirma que ex-presidente americano está centrado em temas econômicos e deve evitar interferência no Brasil
Foto: Mark Garten/ONU
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Em entrevista divulgada nesta sexta-feira (25), o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, declarou que Donald Trump “virou a página” em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o diplomata, Trump está focado na recuperação econômica americana e não pretende se envolver em disputas políticas latino-americanas, incluindo o cenário brasileiro. Ainda assim, Shannon reforçou que sanções a autoridades brasileiras acusadas de atos antidemocráticos continuarão em vigor.
Trump adota pragmatismo e prioriza economia interna
De acordo com Shannon, o ex-presidente americano está concentrado em “reforçar sua base eleitoral e recuperar o dinamismo da economia dos Estados Unidos”. Ele destacou que Trump busca mostrar resultados concretos para o eleitorado doméstico, o que reduz o interesse por interferências externas.
Sanções refletem política institucional dos EUA
Embora Trump tenha se afastado pessoalmente de Bolsonaro, Shannon esclareceu que as sanções impostas por Washington a figuras políticas brasileiras têm base institucional. “Essas medidas são sustentadas por decisões do Congresso e do Departamento de Estado, e não por caprichos presidenciais”, explicou o diplomata.
Bolsonaro perde relevância nas relações bilaterais
A influência de Bolsonaro nas relações com Washington diminuiu após o fim de seu mandato. Diplomatas americanos avaliam que o Brasil mantém importância estratégica, mas dentro de uma lógica comercial e ambiental, alinhada à pauta global de sustentabilidade.
Especialistas apontam distanciamento calculado
Para a cientista política Carolina Cordeiro, “Trump percebeu que manter laços com líderes polarizadores como Bolsonaro traz mais riscos do que ganhos eleitorais”. Segundo ela, o ex-presidente americano agora tenta reconstruir sua imagem internacional com foco econômico e empresarial.
Brasil busca equilíbrio nas relações externas
O governo brasileiro, por sua vez, tem adotado uma diplomacia multilateral, reforçando laços com a União Europeia, a China e os Estados Unidos. Essa diversificação busca reduzir a dependência de qualquer potência específica e ampliar oportunidades de investimento.
Reação no meio político brasileiro
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro admitem preocupação com o afastamento de Trump. “A perda desse apoio simbólico pesa, principalmente em setores conservadores”, afirmou um assessor ouvido pelo G1 sob condição de anonimato.
Reflexos para o futuro diplomático
O distanciamento entre Trump e Bolsonaro pode consolidar uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos, mais centrada em interesses econômicos e ambientais do que em afinidades ideológicas. Especialistas veem nisso uma oportunidade de reposicionar o Brasil como interlocutor global equilibrado.
Fontes: BBC Brasil, G1, O Globo, Departamento de Estado dos EUA.
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