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Até o autor da Lei Magnitsky chama de “vergonhosa” a perseguição contra Moraes — e expõe a hipocrisia de Trump, Bolsonaro e seus fiéis

 

Deputado democrata Jim McGovern critica sanções apoiadas por Trump e celebradas por bolsonaristas contra o Brasil


     Jim McGovern, democrata de Massachusetts, no Capitólio, 11 de junho de 2024. Foto: J. Scott Applewhite/AP




Por Fátima Miranda


Washington / Brasília — O castelo de areia da narrativa bolsonarista desmorona. O deputado democrata Jim McGovern, ninguém menos que autor da Lei Magnitsky, enviou carta ao republicano Marco Rubio chamando de “vergonhosa” a imposição de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. McGovern afirmou escrever com “grave preocupação” e deixou claro: a legislação foi criada para punir violadores de direitos humanos e corruptos de escala global, não para ser usada como ferramenta de vingança política por extremistas.


Mas Bolsonaro e seus seguidores aplaudiram. Vibraram com a humilhação do próprio país, ajoelharam-se diante de Trump, aceitaram sem pudor que um governo estrangeiro ditasse quem presta e quem não presta dentro do Judiciário brasileiro. Que patriotismo é esse que festeja a submissão?




O mestre da manipulação


Donald Trump, o guru do populismo de fake news, conseguiu mais uma vez transformar ressentimento em política externa. Usou a Lei Magnitsky para satisfazer bolsonaristas raivosos, não por amor ao Brasil, mas para mostrar quem manda. O cálculo é simples: o Brasil que se vire, contanto que Trump marque pontos com sua extrema-direita.


E Bolsonaro? Como sempre, agiu como um vassalo obediente. Não hesitou em transformar a humilhação nacional em bandeira, mesmo que isso significasse jogar a soberania do Brasil na lata de lixo.




O silêncio que grita


Agora, com McGovern denunciando a distorção da lei que ele mesmo criou, fica evidente: o movimento de Trump e dos bolsonaristas foi um ato de manipulação barata. E o silêncio de Bolsonaro diante desse constrangimento grita. Porque se ele fosse, de fato, patriota, estaria indignado com a interferência estrangeira. Mas não: prefere aplaudir, porque a retaliação atinge seu inimigo pessoal.




Dois pesos, duas medidas


É curioso: quando a Justiça brasileira exige explicações sobre os R$ 30,5 milhões movimentados por Bolsonaro, sua tropa grita perseguição. Mas quando Trump interfere no Brasil e usa uma lei estrangeira para atacar um ministro do STF, aí eles comemoram. O recado é claro: não se trata de patriotismo, nem de justiça, mas de conveniência e ódio político.



Vergonha internacional


A carta de McGovern expõe não apenas Trump, mas toda a farsa bolsonarista. Quem se diz patriota não celebra sanções externas contra seu próprio país. Quem se diz honesto não protege movimentações milionárias sem explicação. Quem se diz cristão não defende a mentira como método.


O Brasil precisa refletir: até o autor da Lei Magnitsky enxergou a vergonha. E nós? Vamos continuar aceitando que a extrema-direita entregue o país como moeda de troca no altar da idolatria a Trump?



Trump protege os EUA. Bolsonaro protege a si mesmo. Os bolsonaristas? Aplaudem a vergonha internacional e chamam isso de patriotismo.

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