Presidente participa da cúpula da ASEAN na Malásia, pede comércio justo e critica ataques contra civis na Faixa de Gaza
© RICARDO STUCKERT/PR
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Durante visita oficial à Malásia nesta sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o papel do Brasil “de cabeça erguida” nas negociações comerciais internacionais e criticou as políticas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos. O discurso ocorreu na abertura da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, onde Lula também voltou a denunciar o genocídio em Gaza e pediu uma nova ordem econômica mundial mais justa.
Defesa do comércio justo e equilibrado
Lula afirmou que “o Brasil não aceita ser tratado como subalterno” e que “o livre comércio não pode servir de disfarce para práticas injustas”. O presidente destacou a importância da cooperação Sul-Sul e a necessidade de romper com a dependência econômica imposta por grandes potências.
Críticas diretas ao protecionismo dos EUA
Sem citar nomes, Lula fez referência às tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros. Segundo ele, “barreiras econômicas são muros invisíveis que impedem o desenvolvimento e aprofundam desigualdades”. As declarações ocorreram um dia antes de seu encontro com Donald Trump, previsto para o encerramento da cúpula.
Brasil como voz do Sul Global
O presidente destacou o papel do Brasil como articulador entre países emergentes. “Temos autoridade para falar de desenvolvimento porque sabemos o que é superar desigualdades com esforço e diálogo”, afirmou. A fala foi elogiada por representantes da Indonésia e da Tailândia, que pediram maior integração econômica entre as nações do hemisfério sul.
Lula denuncia o genocídio em Gaza
No mesmo discurso, Lula voltou a condenar a escalada de violência na Faixa de Gaza. “Não há justificativa para o massacre de civis. O mundo precisa reagir com coragem diante da tragédia humanitária em curso”, disse. A posição reforça o alinhamento do Brasil com resoluções humanitárias discutidas na ONU.
Repercussão internacional
Diplomatas da ONU e analistas da BBC destacaram que o discurso de Lula combina firmeza política e equilíbrio diplomático. A postura do presidente brasileiro foi interpretada como tentativa de liderar um bloco global em defesa do multilateralismo e do comércio sustentável.
Economia e ética internacional
Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o discurso de Lula “reposiciona o Brasil como ator global relevante, que alia defesa de valores humanitários a uma estratégia econômica coerente”. Ele acredita que a crítica ao protecionismo dos EUA reforça o discurso de soberania nacional e desenvolvimento justo.
Perspectivas para as próximas negociações
Após a cúpula, o governo brasileiro pretende apresentar propostas de redução de barreiras comerciais e ampliação de parcerias em energia limpa e tecnologia. O Itamaraty informou que a fala de Lula será a base de futuras negociações bilaterais com países asiáticos e americanos.
Brasil projeta liderança moral e comercial
Com o discurso na ASEAN, Lula busca consolidar a imagem do Brasil como defensor do diálogo e do equilíbrio global. Especialistas apontam que essa postura fortalece a posição brasileira em fóruns internacionais e atrai novos investimentos para o país.
Fontes: BBC Brasil, ONU, Itamaraty, G1.
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